quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ciclista agredido por seguranças em Shopping





Luzmar afirma que segurança sacou a arma dentro do shopping


Luzmar Joaquim Silva, 43 anos, afirma que foi agredido por dois homens que fazem segurança no shopping Norte Sul Plaza, no dia 3 de setembro, em Campo Grande. Segundo ele, tudo porque tentou entrar no condomínio de lojas com sua bicicleta debaixo do braço, o que ele afirma ser uma prática comum em grandes centros, como o Rio de Janeiro.

O comerciante relata que foi até o shopping em busca de atendimento em uma loja de celulares e, para não deixar sua bicicleta do lado de fora, decidiu entrar com ela carregando-a no ombro. Nesse momento foi interceptado por um segurança do shopping que o advertiu que ele não poderia entrar portando a bicicleta, mesmo a tiracolo.
Luzmar diz que tentou argumentar que estava fazendo aquilo como já havia feito outras vezes em shoppings do Rio de Janeiro, restaurantes e lojas, quando morou lá por um tempo. Porém, foi novamente advertido de que teria que sair com seu meio de transporte. Luzmar retrucou que não havia nenhum aviso com a proibição e seguiu para onde buscava serviços de telefonia.
Quando seguia para a loja de celulares, sentiu que alguém puxou o pneu da bicicleta e quando ele se virou um segurança sacou de um revólver e apontou para ele. “Eu ouvi a voz de uma mulher apavorada gritando: moço não precisa disto. Aqui tá cheio de crianças”. O comerciante diz que não viu quem era a cliente que intercedeu por ele, mas que em seguida o segurança guardou a arma. “Eu estava mais preocupado com o buraco negro do cano do revólver do que quem estava a minha volta”, lembra.


DOS PEDESTRES E CONDUTORES
DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos
acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da
calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
  § 1o O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara‑se ao pedestre em direitos e deveres.



Depois da cena com a arma, Luzmar relata que entrou na loja de telefonia e deixou a bicicleta em um canto. Quando recebia atendimento alguém chegou por trás e deu fortes dedadas em seu ombro. Quando se virou disse para o homem que se apresentava como chefe da segurança; “Oh meu, você tá louco?”. Neste momento o cliente afirma que recebeu um soco na altura do ombro. Mais homens da segurança vieram para imobilizá-lo e o teriam jogado contra a parede, conforme sua versão.
                                
Depois de imobilizado e algemado, Luzmar afirma que foi levado para fora da loja de celulares e lá mais seguranças estavam aguardando. “Passei maior vexame porque tudo aconteceu perto da praça de alimentação e muita gente viu aquilo tudo”, recorda-se.
O comerciante relatou em boletim de ocorrência que foi levado para uma sala onde ficou sabendo que será o cinema do shopping e foi agredido por 40 minutos, inclusive por um homem que vestia camiseta vermelha que desferiu socos. “Quatro homens me seguraram e apareceu este de vermelho e disse: quem você pensa que é?, e me deu socos. Eu gritei: negro agüenta porrada. A gente ergueu este país. E foi aí que levei mais surra”, diz Luzmar.
Luzmar disse que depois de 40 minutos policiais militares foram ao local. Ele relata que um dos militares fez sinal de continência para um homem e disse: “Oh, meu coronel”. O comerciante ficou sabendo que o homem em questão é um coronel da PM aposentado que seria o responsável geral pelo setor de segurança do shopping.
Luzmar, além de fazer um boletim de ocorrência por dano e constrangimento ilegal, também representou criminalmente na tarde desta sexta-feira, na 5ª DP contra a empresa de segurança Brinks, que seria a empregadora dos seguranças, já que eles usavam uniforme com esta identificação.




O Outro lado

Sobre o episódio, o shopping Norte Sul Plaza tem outra versão. De acordo com a assessoria, logo na entrada, ao ser abordado, Luzmar teria reagido com um violento empurrão no segurança e dito: "Não toca em mim porque eu estou armado".
A segurança teria então passado a monitorar os passos do cliente dentro do shpping e acionado o chefe do setor, que foi até a loja onde estava Luzmar, dizendo que ele deveria se retirar. Ainda segundo a assessoria, Luzmar teria repetido que estava armado e, por esse motivo, foi imobilizado e levado à força para fora do shopping, até a chegada da polícia

Eliane Souza
http://www.midiamax.com.br/noticias/768011

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