O
PENSE-PEDALE aborda
temas envolvendo mobilidade urbana, bicicleta, transporte, uso do espaço urbano e legislação.
Acreditamos na Bicicleta: não polui, é um ótimo
exercício, ocupa pouco espaço, não faz barulho, integra as
pessoas, tem baixo custo e por isso atende muito bem a população
menos favorecida.
Os problemas enfrentados diariamente pelas pessoas nas cidades ao se locomoverem têm normalmente uma análise fragmentada, o que é resultado da dissociação entre 4 fatores principais:
- o planejamento do sistema de transporte público;
- a circulação de veículos particulares;
- o uso do solo;
- a proteção ambiental.
Prevalece
a visão de que a cidade pode se expandir infinitamente e
desconsideram-se os custos de implantação da infraestrutura
necessária para dar suporte ao atual padrão de mobilidade centrado
no automóvel, cujos efeitos negativos são distribuídos por toda a
sociedade - inclusive entre aqueles que não possuem ou nem utilizam veículos motorizados.
A mudança dos padrões de deslocamento através do uso de meios de transporte não motorizados é crucial para a construção de centros urbanos com padrões de qualidade de vida mais elevados.
A bicicleta pode ser um importante elemento de reordenação e reconfiguração do espaço urbano e da lógica social, além de ser um vetor de melhoria ambiental:
"(...) Mas não podemos ser ingênuos a ponto de acreditar que o simples somatório de bicicletas nas ruas provocará uma revolução em cadeia, capaz de fazer as pessoas mudarem seu estilo de vida, pois este está vinculado a estruturas incomparavelmente mais fortes, tanto do ponto de vista simbólico, quanto do ponto de vista prático.
No fundo, no fundo, todos sabemos que a igualdade no trânsito (com prevalência para ciclistas, pedestres, pessoas com mobilidade reduzida e para o transporte público) só será alcançada pela sociedade que garantir igualdade de acesso também ao teto, à terra, ao trabalho, ao alimento, ao estudo, à saúde, ao amor, à justiça.
Resumindo com uma pergunta: queremos somente mais bicicleta no mundo, ou um mundo que assuma a bicicleta e os valores que ela representa?"
(Revista
Bicicleta - Ano 3, nº 25, Pag. 46.)
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