quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Professor cria a "Escola de Bicicleta"


Hugo Harada/Gazeta do Povo / As aulas de Eduardo incluem legislação de trânsito, posicionamento correto sobre a bike e manutenção do veículo
Eduardo Emmerick é uma daquelas pessoas que acreditam que podem mudar o mundo, ou pelo menos a cidade onde vivem. Professor de Filosofia em uma grande rede de colégios particulares de Curitiba, ele dedica todo o seu tempo livre para ensinar o que sabe a pupilos de todas as idades e classes sociais. Fora das salas de aula, suas lições não são sobre Platão, Kant ou Nietzsche, mas envolvem guidão, selim e pedais. É ensinando, de graça, ciclistas novatos a pedalar pelo trânsito curitibano que Emmerick conseguiu realizar seu desejo de contribuir para a transformação da realidade.
A brincadeira começou em 2010, quando o rapaz de 30 anos elevou a sua bi­­­cicleta do status de “lazer” para “meio de transpor­te”. Cursando Fi­­lo­­sofia na Universidade Fe­­deral do Paraná (UFPR), Emmerick ia para as aulas pedalando pe­­lo Calçadão da Rua XV de No­­vembro, até que foi parado por um guarda municipal que lhe explicou ser proibido transitar por ali montado na magrela. “Primeiro fiquei um tempo sem andar de bicicleta, porque era perigoso, depois me dei de presente uma bicicleta melhor e comecei a enfrentar as ruas da cidade com mais dois colegas”, conta.
Dicas
Emmerick dá alguns conselhos para quem deseja adotar a bicicleta como meio de transporte. Veja quais são:
Se você nunca montou numa bike:
- Antes de comprar sua bicicleta, converse com quem conhece o veículo e faça uma pesquisa bastante ampla.
- Compre capacetes, luvas e uma garrafa de água.
- Tenha sempre uma chave de bicicleta, uma câmara reserva e um kit de iluminação que siga as normas do Código Brasileiro de Trânsito.
- Prefira aprender a pilotar em um parque.
- Se você não sabe absolutamente nada sobre bicicletas, tenha alguém que já pedalou com acompanhante.
- Jamais tente aprender na rua sozinho.
Se você já sabe dar umas pedaladas:
- Conheça previamente o trajeto.
- Ocupe as faixas da direita. Não é lei, mas se a bicicleta for considerada um veículo lento ela deve seguir a norma para os demais modais desse tipo.
- Não trafegue na calçada. Se for realmente preciso, faça o trajeto desmontado.
- Não use a canaleta.
- Não trafegue na contramão.
- Não fure o sinal vermelho.
- Evite as grandes avenidas.
- Ande sempre bem sinalizado.
- Evite roupas escuras.
Os três começaram a tirar fotos e colocar nas redes sociais e as pessoas começaram a se interessar pela “brincadeira”. Quando viu, ele estava dando dicas para quem desejava pedalar com segurança. “Já que as pessoas estavam a fim de aprender e eu conhecia um pouco a cidade, resolvi dar um treinamento e montei o Bike Curitiba, em abril deste ano”, diz o professor.
Assim como Sócrates preferia os espaços públicos de Atenas para debater e dialogar sobre filosofia, Emmerick escolheu a Praça da Espanha, no bairro Batel, para o seu trabalho voluntário. As aulas são realizadas aos sábados, a partir das 14h30, e se dividem em duas partes. Na primeira, teórica e com duração de meia hora, o ciclista iniciante aprende a desenvolver habilidades (como posicionamento, destreza e equilíbrio sobre a bicicleta) e recebe informações sobre manutenção e mecânica da bike, Código de Trânsito Brasileiro e itens de segurança.
Vencida essa etapa, os no­­vatos enfrentam as ruas acom­panhados do professor. Em um trajeto pelas vias centrais da cidade ou em percurso até o Parque Barigui ou o São Lourenço, os alunos são en­­sinados a sinalizar corretamente, posicionar-se na rua e parar no semáforo. Além disso, aprendem técnicas de subida e descida e transposição de obstáculos.
Público
Emmerick diz que ensina os ciclistas a pedalarem com conforto e segurança e que as aulas não atingem só novatos, mas também quem pedala com frequência. “O ciclista iniciante é aquele que não sabe andar de bicicleta, nunca montou numa, ou o cara que faz muito tempo que não pratica. Mas é também aquela pessoa que pedala todos os dias e não sabe dos detalhes, como postura e posição correta do pé no pedal”, explica.
Para participar, basta ter uma bicicleta e os equipamentos de segurança (capacete, luva e sinalizadores), além de mais de 15 anos. A cada sábado, em torno de 20 a 30 ciclistas iniciam suas pedaladas na Praça da Espanha. “Tem muita gente que não sabe pedalar. E mesmo quem pedala não recebeu uma educação correta; muitos ainda pensam que o ciclista deve andar na contramão, por exemplo”, afirma.

Orientação particular e para empresas
Além das aulas para iniciantes na Praça da Espanha, Emmerick presta serviços para empresas que queiram estimular o uso de bicicletas por seus funcionários. Para quem tem mais dificuldade e precisa de aulas particulares, o professor também faz esse tipo de atendimento em parques da cidade, conforme a disponibilidade do novo ciclista.
No domingo o professor or­­ganiza um passeio ciclístico para iniciantes. Quem já pe­­dalou umas três ou quatro ve­­zes com a equipe do Bike Curi­­tiba pode acompanhar os roteiros, feitos sempre para fora de Curitiba, com percursos entre 30 e 50 quilômetros. Geralmente em estradas de chão, os trajetos de domingo já incluíram a Ilha do Mel, a região de São Luís do Purunã e o município de São José dos Pinhais.
Os passeios reúnem até 40 pessoas. Assim como todos os demais serviços prestados por Emmerick, o pedal de domin­go é gratuito, e o ciclista só arca com os custos da gasolina para ir até o ponto de encontro.


fonte: gazetadopovo

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vá de bicicleta e mude o Planeta


 Bicicleta para todos, não importa a idade, cidade, país ou classe social. 



   É assim que pensou o artista e ambientalista Mati Kalwill (fundador do grupo ativista argentino La Vida en Bici) ao lançar a campanha Bikestorming.


   Divulgado na Rio + 20, o novo projeto de Mati quer finalmente fazer com que as pessoas entendam que pedalar, além de ser saudável para o meio ambiente e para si próprio, é divertido.


   O objetivo é que, até 2030, a bicicleta se torne o meio de transporte mais utilizado do planeta. Mati acredita que a Bikestorming será uma plataforma cada vez mais popular e, dessa forma, atinja seu objetivo daqui a 18 anos.



   Por mais utópica que possa parecer, a iniciativa mostra que a bicicleta ainda é uma esperança para um mundo melhor, seja em matéria de “preocupação ambiental” ou "mobilidade urbana". E será um sonho se elas forem 51% dos veículos da Terra.




Assista abaixo ao simpático vídeo da campanha.




fonte: Revista GoOutside

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mercado de bicicletas no Reino Unido gera 3 bilhões de Euros ao ano



Mercado britânico da bicicleta é exemplo para o Brasil
O impacto sobre o público britânico tem sido enorme. Em uma Olimpíada na qual o grande público britânico ficou de fora dos estádios, que tinham vários lugares VIPs vazios, foi ótimo ver o triunfo no Hampton Court. Os britânicos sempre amaram suas bicicletas, mas com tantos heróis no ciclismo – não só nas pistas, mas também no ciclismo de montanha – o investimento no esporte está mostrando números que tornam o ciclismo mais popular do que nunca.

Wiggins na conquista do Tour de France deste ano. (Foto: Getty Images)
Um relatório recente da London School of Economics (LSE) mostrou que o ciclismo gera cerca de £ 3 bilhões por ano para a economia do Reino Unido (acesse o relatório “The British Cycling Economy"). Este valor leva em conta o fato de que 23 mil pessoas estão empregadas diretamente na indústria, e inclui vendas de bicicletas e acessórios para a magrela. Embora, claro, incentivar o consumo de produtos não seja ecologicamente correto, pelo menos no Reino Unido, há um enorme mercado de bicicletas de segunda mão, que não estão sendo jogadas fora, ao contrário das montanhas de lixo eletrônico gerado pelos smartphones, computadores e outros equipamentos obsoletos.
Segundo o The Guardian, o dr. Alexander Grous, da LSE, que conduziu a pesquisa, disse: “A boa notícia é que a estrutura, os fatores econômicos, sociais e de saúde parecem finalmente ter criado uma mudança radical no cenário da bicicleta no Reino Unido”. Números do relatório sugerem que um aumento de 20% no ciclismo, até 2015, deva gerar uma economia de £ 207 milhões com a redução dos congestionamentos, £ 71 milhões com níveis mais baixos de poluição e £ 52 milhões a menos em custos com o sistema público de saúde.

Loja de revenda de bikes. (Foto: Quite Peculiar)
Nossos políticos estão começando a perceber a importância das bicicletas para o Reino Unido, não apenas em termos monetários, mas também de outras formas. Provavelmente, este ainda não é o caso do Brasil, onde o ciclismo está sendo promovido principalmente por grupos pró-bike e também pelo crescente número de blogs, como o TheCityFix Brasil.
Acredito que este relatório é importante para fornecer provas concretas aos ciclistas brasileiros sobre o impacto das diversas medidas que a Grã-Bretanha adotou ao longo da última década, incluindo o investimento em nossos atletas e esportes ciclísticos. Espero que este relatório seja muito útil para muitos de vocês aqui no Brasil, e eu continuo apoiando todos os seus esforços incríveis para ajudar a desenvolver o esporte para que, um dia, os brasileiros também tenham os seus próprios heróis do ciclismo para aplaudir.
por Simon Robinson

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ande a pé ou de bicicleta e ganhe descontos em cinemas e lojas


Em Londres, quem andar a pé ou de bicicleta terá descontos em lojas e cinemas



Que tal ser recompensado, financeiramente, por deixar o carro em casa e se locomover pelas ruas da cidade a pé ou de bicicleta? Essa é a mais nova medida londrina para estimular a mobilidade sustentável – e, consequentemente, reduzir os níveis de poluição e congestionamento na capital inglesa.
A bonificação funcionará com a ajuda de um aplicativo para smartphone, criado pela empresa Recyclebank, com o apoio da prefeitura de Londres. Ao ser instalado no celular, o app é capaz de mensurar e pontuar os deslocamentos feitos a pé ou de bicicleta pelo usuário do aparelho, que poderá converter os pontos em prêmios e descontos, nas lojas e cinemas que participam da ação.
A iniciativa foi anunciada nesta semana pelo governo londrino e será testada, por um grupo de pessoas, até o final do ano, para finalmente ser lançada no segundo semestre de 2012 – não por acaso, quando começarão os Jogos Olímpicos de 2012, na cidade.
O Brasil também será sede das Olimpíadas, em 2016. Você acha que a medida adotada pela prefeitura de Londres poderia ser copiada pelo Rio de Janeiro para incentivar a mobilidade sustentável na capital fluminense e reduzir o trânsito caótico que esse tipo de evento esportivo mundial costuma causar nas cidades que o sediam?

por Débora Spitzcovsky

domingo, 5 de agosto de 2012


Dinamarca investe em “rodovias” para bicicletas
Hora de pico em Copenhague. (Foto: AFP)
Enquanto no Brasil a gente ainda discute se as ciclovais são viáveis ou não e se as ciclofaixas contribuem para o aumento do uso da bicicleta como meio de transporte, a Dinamarca já planeja até ‘rodovias’ para bicicletas.
As chamadas Cykelsupersti são longas ciclovias que ligam as áreas mais afastadas de Copenhague ao centro da capital dinamarquesa. Segundo reportagem do New York Times, as ‘rodovias para bicicletas’ são longos caminhos pavimentados (com mais de 20 km de extensão) sem interrupções ou cruzamentos. Essas ‘rodovias’ se interligam com ciclofaixas e ciclorrotas no centro da cidade.
A primeira ‘rodovia para bicicletas’ na região de Copenhague foi inaugurada em abril, e ao menos 26 devem ser construídas nos próximos meses. A ideia é fazer com que as pessoas que moram a até 25 quilômetros do centro de Copenhague deixem o carro em casa e usem a bicicleta – em conjunto com o sistema de trens e metrô – para chegar ao centro da capital.
O foco do projeto é atingir a pessoa que mora mais afastada do centro, que geralmente usa o carro ou o transporte público para ir até a cidade. As ‘rodovias para bicicletas’ são bem parecidas com as estradas para veículos – bem asfaltadas, bem sinalizadas, bem iluminadas e sem interrupções. No total, as ‘rodovias’ cruzam 20 cidades localizadas na região de Copenhague.
“Um ciclista comum pedala cerca de 3 a 5 quilômetros para o trabalho. Nós apenas pensamos em como fazer com que as pessoas fizessem percursos mais longos”, afirmou Brian Hansen, do departamento de tráfego de Copenhague, ao The New York Times. E sabe quanto custou esse projeto todo? Segundo o site da Cykelsupersti, os 300 quilômetros espalhados em 26 ‘rodovias’ custam apenas US$ 2,12 milhões de dólares! Barato e eficaz, não?
 por Vou de bike

sábado, 4 de agosto de 2012

Heróis não precisam de medalhas






É ridículo as cobranças que recaem sobre os atletas brasileiros especificamente nesse período de Olimpíadas. Ter que ouvir de repórteres, ler em revistas e jornais aquele infeliz comentário de que fulano decepcionou, de que ciclano tem obrigação de ganhar, entre muitos outros comentários do mesmo tipo, é revoltante.


Esquecem que durante os quatro anos que separam uma olimpíada de outra, eles são totalmente esquecidos e lutam com todas as suas forças, força essa que deveria ser direcionada apenas para melhorar seu rendimento, para conseguir por exemplo uma inscrição de uma determinada competição, bancar uma passagem aérea para competir, ter uma boa suplementação, ter um equipamento básico, e muitas reticências........ pois os exemplos do que o atleta brasileiro passa para tentar figurar entre os melhores do mundo são inacreditáveis.



Hoje tivemos um exemplo vergonhoso de como nosso país não dá a mínima para qualquer modalidade que não o futebol. Durante prova de ciclismo, na modalidade de contra-relógio, o brasileiro Magno Prado largou com seu uniforme preso por alfinetes pois o zíper estragou e não fechou, dá pra acreditar que um atleta de nível olímpico, o mais alto conhecido, não tem nem se quer um uniforme reserva??? Isso parece piada, mas vindo do Brasil nada é surpresa. 



Infelizmente tenho que concordar que o Brasil é o país do futebol, isso é mais do que claro, e esse sim é o único esporte que o Brasil tem a obrigação de no mínimo conquistar o 1º lugar, não considero nada menor do que isso aceitável, pois é nele que todo o dinheiro do nosso país é destinado, é nele que estão as grandes "estrelas" multi milionárias que rasgam dinheiro para chutar uma bola. Já que todas as outras modalidades vivem sob sua sombra, o mínimo que se espera é uma medalha de ouro.


Em uma Olimpíada são distribuídas as seguintes quantidades de medalha por modalidade:
Atletismo 141 medalhas; Natação 102; Ciclismo 63, Tiro 45; Ginástica 42; Boxe 39... Futebol 6. Isso explica algo?


Que infelicidade essa escolha de torrar tudo no futebol, mas já que é assim, a cobrança de todos os verdadeiros atletas deveria ser proibida, os críticos de plantão que ao meu ver não entendem nada de esporte, só de futebol deveriam beijar o chão que eles pisam e serem gratos, pois só o fato desses atletas terem conseguido chegar a uma Olimpíada, por conta própria já é uma conquista muito maior do que qualquer jogador de futebol um dia vai sonhar em conseguir.



por Rafael Farnezi