quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Poder da Buzina Trim-Trim:

Uma aula de respeito a bicicleta, ao direito de circular da forma como bem escolher. Assistam, é educativo e divertido:




(fonte: vá de bike)

O poder de uma buzina trim-trim


Esse vídeo mostra de forma bastante divertida o poder de uma buzininha “trim-trim” no Japão, onde as pessoas estão mais que acostumadas a terem bicicletas pelas ruas:


 Ok, por aqui ainda não é desse jeito, mas ainda assim a trim-trim ajuda a alertar pedestres, outros ciclistas e até motoristas (quando estiverem de janela aberta no trânsito parado) sobre a presença da bicicleta. Além de ser muito simpática, é ótima para acompanhar um “bom dia!” seguido de um sorriso. :)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

INgSoc: A REINVENÇÃO DA BICICLETA:


A bicicleta ganha cada vez mais utilidade no mundo e seu uso nas cidades como alternativa de transporte é uma questão de inteligência e atitude. Inventada por volta de 1790 - celerífero -  atualizou-se com o passar do tempo agregando tecnologias, facilitando seu uso. Os modelos (e os preços) são os mais variados. Porém desde sua criação, nunca um modelo de bicicleta foi tão inovador quanto a INgSoc. A criação surpreende em todos os aspectos: funcionalidade, beleza, segurança, originalidade... Veja e surpreenda-se:

Os sistemas são assim: a INgSoc pode ser movida 100% por meio da energia armazenada pela bateria, usada em um modo intermediário – no qual o usuário pedala e usa a força da bateria, alternadamente, ou no modo de pedalada total. Esse último é o “grande lance” da invenção, já que a bateria é carregada enquanto um sistema de geração é ativado pelo próprio movimento dos pedais.
Sua estrutura é à prova de impactos e feita do mais puro carbono de polímero reforçado, e como já devem ter reparado, ela não possui a tradicional corrente. A INgSoc ainda tem uma entrada em seu painel para carregar tocadores de MP3 ou smartphones.
A energia captada pela rede ou gerada pelos pedais, alimenta também as luzes frontal e traseira presentes na estrutura. Se as bicicletas disponíveis no mercado tivessem um design parecido com o da máquina, nossas ciclovias teriam mais eficiência e provavelmente, usuários!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Participe da campanha “Quem Faz o Trânsito Sou Eu” e contribua, na prática, com a melhoria do trânsito em sua cidade:





O cenário do trânsito atual não é nada animador. Segundo dados do Denatran morrem por ano mais de 37 mil brasileiros vítimas de acidentes. Este número, porém, pode ser muito maior, pois são contabilizados apenas aqueles que morrem no local do acidente. Especialistas estimam que esse número chegue a 80 mil brasileiros mortos no trânsito. A dor maior é das famílias que perdem parentes ou que têm que conviver com vítimas que ficam com sequelas graves.
Segundo pesquisa da Seguradora Líder, responsável pela administração do consórcio de seguradoras que operam no Seguro Obrigatório de Veículos Automotores (DPVAT), nos primeiros seis meses deste ano foram pagas 165.111 indenizações, o equivalente a 1.321 ao dia (útil). Em valores, os desembolsos alcançaram R$ 1,1 bilhão. Outro dado do levantamento indica que a grande maioria das pessoas vitimadas no trânsito ficou de alguma forma inválida: 65% do total.
Para mudar esta realidade ou pelo menos amenizá-la, a sociedade deve ser mobilizada, começando pelos órgãos que têm responsabilidade direta sobre o trânsito e estendendo-se para todos os cidadãos. Com base nessa afirmação, o Portal do Trânsito criou a Campanha “Quem Faz o Trânsito Sou Eu".
O objetivo da campanha é mostrar que é possível mudar a realidade trágica do nosso trânsito, basta olhar para si mesmo e transformar pequenas atitudes no dia a dia erradicando comportamentos que levem a situações de risco.
Mostraremos que a redução geral dos números de acidentes e mortos no trânsito pode começar com o indivíduo e assim contaminar a sociedade como um todo. Se você conseguir evitar um acidente, você estará contribuindo e muito com o resultado geral.







Participe da campanha “Quem Faz o Trânsito Sou Eu” e contribua, na prática, com a melhoria do trânsito em sua cidade. Você acha que está faltando sinalização em alguma via? Há buracos nas ruas ou estacionamento irregular? Enfim, denuncie o que você acha que está errado em sua cidade. O Portal do Trânsito irá junto com você tentar encontrar a solução.





sábado, 10 de dezembro de 2011

A escolha correta do selim:


A importância do selim: faça a escolha certa


Na hora de escolher o modelo, a primeira coisa é pensar se ele atende as nossas necessidades.
Por Igor Laguens - igorlaguens@hotmail.com





  

Qual o selim eu devo comprar? qual o ideal para mim? Estas são perguntas que muitas pessoas se fazem.
Em primeiro lugar esta é uma escolha que vai além do gosto pessoal. Escolher um selim não pode ser somente por beleza ou peso. Nem sempre devemos pensar o quanto ele pesa, mas sim se ele atende as nossas necessidades. Claro que um selim leve e fino, somente de carbono, pode ser mais adequado do que um com mais de 5 cm de espuma, desde que ele atinja o objetivo e expectativa de quem o usará.
Vou dar algumas dicas e detalhes técnicos importantes nessa importante escolha.

Modalidade
Primeiro defina qual a modalidade: mountain bike, estrada, triathlon, cicloturismo, passeio etc. Cada uma dessas modalidades possuem necessidades específicas.
As bicicletas de mountain bike (Marathon) devem ter um selim confortável, com uma boa base de apoio onde devem se apoiar os ísquios (leia abaixo), afinal pedalar por mais de 30-40km com um selim pode ajudar com o conforto assim como a suspensão faz muita diferença na trilha.
Já para as bikes de cross country nem sempre precisam ter um selim superconfortável, mas um que permita uma boa mobilidade das pernas e facilite a operação de montar e desmontar da bike. Afinal, numa prova de cross country, pedala-se tanto em pé quanto sentado.
Nas bikes de estrada, as speed, o selim pode ser um pouco mais estreito do que os de mountain bikes, uma vez que a cadência (rpm) das pernas é bem maior que nas mountain bikes, o que evita o atrito exagerado com a face interior das coxas. Outro aspecto, é que nas estradeiras, pedala-se quase que 100% do tempo no selim.
Algumas marcas oferecem selim com quase 300 mm de comprimento permitindo que o ciclista deslize para trás aumentando a amplitude de movimento e fazendo mais força no selim. Pode-se ainda variar a posição, trabalhando os músculos de maneira diferente.
As bikes de triathlon, devido à posição mais agressiva e ao tubo de selim com ângulo perto dos 80 graus, ou seja, mais perto do guidão, levam o ciclista a pedalar mais na ponta do selim, sendo assim o apoio, que neste caso é maior no períneo do que nos ísquios, faz com que os selins de triathlon tenham um amortecimento maior na ponteira.
Já as bikes de cicloviagem (cicloturismo) e passeio priorizam mais o lado do conforto, uma vez que os praticantes se interessam em percorrer grandes distâncias sem necessidade de muita velocidade por exemplo.
Sendo assim esta linha de selins deve ter mais material de apoio como espuma ou gel, ou ate a presença de molas ou elastômeros na sua base permitindo um maior conforto.

Flexibilidade:
Em todas as linhas de selins, esta é uma relação a ser lembrada: quando maior a flexibilade
mais o ciclista consegue movimentar-se no selim.
Algumas marcas – como os italianos Fizik – classificam seus modelos com um interessante sistema de nomenclatura de animais, por exemplo: Cobra (muita flexibilidade), Camaleão (pouca flexibilidade) e Touro (flexibilidade reduzida).

Homens e Mulheres
São diferentes em tudo. Não poderia ser diferente com a escolha dos selins. Nesse caso, devemos seguir a anatomia humana, em que as mulheres possuem uma distância entre os
ísquios (tuberosidades ósseas) maior devido à bacia ginecóide, para permitir a dilatação no momento de dar a luz. Sendo assim, o público feminino precisa de um selim com uma base maior e mais curta.
Já nos homens, esta distância entre os ísquios é menor e a região do períneo maior. Assim, o selim pode ser mais longo.
Desta maneira temos selins com medidas que variam de 250 a 300mm de comprimento e larguras que variam de 125mm a 170mm.
Muitas vezes olhamos uma pessoa super magra e temos a impressão que ela poderia usar um selim mais estreito, mas devemos saber se a distância entre ísquios é proporcional ou não.

Como medir esta distância?
Através de uma plataforma de espuma com uma marcação métrica onde pode-se sentar aguardar alguns segundos e ao sair verificar onde estão as marcas (depressões na espuma) evidenciadas pelos ísquios (método não tão fiel), com um Raio X podemos medir esta distância, ou então pelo método prático, sentando no selim e realmente sentir se o selim esta apoiado corretamente ou não.

Selim vazado – sim ou não?
Mais uma vez falamos em individualidade e algumas marcas fazem o selim seguindo estudos médicos, enquanto que outras somente fazem uma parte vazada e saem vendendo, por isso cuidado, pois cada um tem uma anatomia e pode ser que esta parte vazada comprima ainda mais a região do períneo em vez de aliviar a tensão. Por isso um selim de plataforma lisa pode ser menos arriscado na hora da escolha.

A importância da altura correta
Você pode ter o melhor selim e este ser o mais adequado às suas proporções anatômicas, objetivos e modalidade, mas se ele estiver alto demais você irá mexer demasiadamente sobre o selim e gerar um desconforto gigante na região dos ísquios. Já um selim baixo gera uma tensão muito grande no períneo, que pode incomodar demais e causar formigamento.
A altura influencia exatamente no encaixe e posicionamento dos ísquios na base mais ampla do selim, sem falar na posição correta das pernas durante a pedalada evitando dores no joelho e aumentando a potencia sobre os pedais.
É comprovado através de estudos de eletromiografia que um bom posicionamento do selim pode aumentar em até 30% de performance nos pedais.

Formigamento no períneo
Muitas vezes numa prova de mountain bike após trechos e trechos e de pedras eou muita irregularidade pode haver uma maior sensibilidade no períneo devido à trepidação, algo parecido com formigamento e que acontece também com ciclistas de estrada em trechos de
subida, pois acabam pedalando com mais força causando maior pressão.
Sim, isso é mais normal do que se imagina, mas se após uma mudança no posicionamento ou uma levantada do selim isto já melhora, você não deve se preocupar, mas se após o pedal esta sensibilidade ainda permanece, procure um bike fitter e, se persistir os sintomas, procure um médico.
O selim deve estar sempre nivelado, paralelo ao solo na horizontal. Selins bons na maioria das vezes exigem um maior gasto financeiro. Selim é uma coisa pessoal, não é porque seu amigo se deu bem com um que você também vai, por isso se a loja em que você leva sua bike deixa você testar o selim, é bem legal.
Trocou o selim? Ajuste novamente a altura total do seu selim em relação ao eixo do pedivela.
Nem sempre o mais leve é o melhor, o conforto vale mais na performance do que o próprio peso total da bike.
Estas são as principais dicas para um início do casamento ideal com sua bike, pois é no selim que passamos a maior parte do nosso tempo enquanto pedalamos.

fonte: bikemagazine

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dicas de Segurança no Trânsito 2012 - parte 2: POR QUE NÃO PEDALAR NA CONTRAMÃO?

Regras no Trânsito: Não pedale na contramão!





AUTOR: William Cruz
Relacionei abaixo vários motivos para não pedalar na contramão. Dá para escrever páginas e páginas sobre esse assunto, juro que tentei ser sucinto.
Os números entre parênteses referem-se às fontes de onde retirei as informações (citadas e linkadas no final do texto).
Não é mais rápido: Ao contrário da crença polular, ciclistas que se integram ao fluxo normal de veículos chegam mais depressa ao destino. Quando você entra na contramão tem que parar ou diminuir o ritmo a todo instante (pelos motivos expostos nos itens abaixo), enquanto integrado ao fluxo de veículos você desenvolve velocidades maiores (principalmente considerando-se a velocidade média, que é o que determina a duração do trajeto) (1).
Não é mais seguro: A maneira mais segura de pedalar no trânsito é fazer parte dele De acordo com estudos científicos sobre colisões, têm cerca de cinco vezes menos chances de colisão que ciclistas que fazem suas próprias regras em vez de se integrar às que já valem aos demais veículos (J. Forester; Effective Cycling. Cambridge, MA, MIT Press, 1993) (1). Segundo Bruce Mackey, diretor de segurança para Bicicletas em Nevada, 25% dos acidentes com ciclistas nos EUA resultam de ciclistas pedalando na contramão (6).
Não há tempo de reação: Mais de 50% dos acidentes são de responsabilidade do próprio ciclista (2) – alguns citam 90% (5) – e em menos de 1% dos acidentes o ciclista sofre uma colisão traseira (2). Você tem a sensação psicológica de que está mantendo a situação sob controle, quando na verdade NÃO ESTÁ. Se você vê um carro desgovernado vindo na sua direção, não dá tempo de desviar dele, principalmente porque suas velocidades estarão potencializadas, ou seja: a velocidade com a qual o carro se aproxima de você é a sua somada à dele. Um carro a 60km/h com você a 20 estará chegando a você a 80km/h. Se vocês estivessem na mesma direção, ele chegaria a você com metade dessa velocidade: 40km/h. Com o bom uso de um espelho e de seus ouvidos, você tem o dobro do tempo de reação. O carro também tem esse tempo e é mais importante o carro desviar de você do que você desviar dele, porque ele consegue desviar melhor. Você não consegue jogar sua bicicleta cinco metros para o lado em um segundo, mas o carro pode fazer isso se houver tempo suficiente.
Em caso de colisão, os danos ao seu corpo serão bem maiores: Pelo mesmo motivo do item anterior (soma de velocidades), se você bater de frente com o carro vai sofrer muito mais. E ainda há um agravante, a inércia. Se você está indo no mesmo sentido do carro, ele vai pegar primeiro sua roda traseira e você sairá voando por cima do guidão devido à inércia – era seu movimento anterior, a bicicleta foi agarrada pelo carro e você continuou – ou devido à transmissão de energia cinética – o carro colidiu com a bicicleta, transferiu parte do movimento para ela e conseqüentemente para seu corpo; quando a bicicleta parar uma fração de segundo depois porque a roda de trás não gira mais, seu corpo sairá para a frente com o movimento transferido. Melhor voar por cima da bicicleta em direção, provavelmente, ao asfalto livre e estacionário, do que se chocar com um parabrisa ou capô que além de estar a um metro de você no momento da colisão ainda vem em sua direção, com a força de impacto de várias toneladas.
É mais difícil evitar a colisão: Andar na contramão é chegar nos carros mais depressa (3). Trafegando em direções opostas, tanto você como o motorista precisam parar totalmente para evitar uma colisão frontal. Trafegando no mesmo sentido, o motorista precisa apenas diminuir a velocidade para evitar a colisão, tendo muito mais tempo para reagir (1).
Você surpreende os carros: Como você chega mais rápido nos carros, você os pega de surpresa. Principalmente em curvas à direita: o motorista está fazendo a curva quando de repente aparece você vindo na direção dele. Não há tempo de reação, ele não consegue frear, não pode ir para a esquerda porque há outros carros, na direita tem um carro parado. Você também não pode se jogar para a calçada, há carros parados. O que acontece? Se vocês estivessem no mesmo sentido, ele teria bem mais tempo para reagir, talvez até o dobro, e poderia apenas diminuir a velocidade para evitar a colisão. Um carro não estanca imediatamente, mesmo que o motorista queira, se esforce e tenha um freio ABS com pneus bons.
Os motoristas não te vêem nos cruzamentos: 95% dos acidentes com bicicletas acontecem em cruzamentos (2). Quando um carro entra num cruzamento, ele olha apenas para o lado do qual os carros vêm! Imagine um carro entrando numa avenida. Para que lado ele olha? Para a esquerda. Não vem carro, ele entra. Nisso você está chegando com sua bicicleta e ele te pega de frente (1). Não tem buzininha que resolva isso.
Os motoristas não te vêem ao sair das vagas e garagens: Ao sair de uma vaga em que está estacionado, o motorista olha para trás, seja pelos espelhos ou pela janela, para ver se há veículos vindo. O mesmo ocorre quando ele sai de uma garagem de prédio ou de um estacionamento. Ele não olha para a frente, afinal não vêm carros daquela direção. Você, vindo na direção do carro, nem sempre verá que o motorista vai sair da vaga e, quando vir, talvez não adiante mais frear. Ao sair, ele vai te pegar de frente, mesmo que você esteja parado. Esqueça se jogar para a calçada, há um carro estacionado do seu lado. Meus pêsames.
Os motoristas não te vêem ao abrir as portas dos carros: Se muitos já não olham pelo espelho para abrir a porta do carro e ainda culpam o ciclista por isso (4), imagine se vão olhar para a frente para ver se vem vindo uma bicicleta. A chance de levar uma portada é muito maior.
Os pedestres não te vêem: Quando um pedestre vai atravessar a rua, ele olha para o lado que os carros vêem. Preste atenção no seu próprio comportamento na próxima vez que for atravessar uma rua a pé. Com isso, pode acontecer de alguém aparecer do nada na frente da sua bicicleta, saindo do meio dos carros, de costas para você.
Se quer ser tratado como veículo, porte-se como um: Se você se comporta como um veículo, sinalizando suas intenções, respeitando mãos de direção, sinais de tráfego, faixas de pedestre e etc., os motoristas o respeitarão mais. “Se aquele cara se preocupa com tudo isso, não é um mané qualquer que está aqui só atrapalhando”. Se, por outro lado, você anda na contramão, você os incomoda (sim, isso incomoda muitos motoristas, que têm a sensação que você está ocupando um espaço que não é seu e deveria estar na calçada). Passar em todos os sinais fechados também os irrita (”o folgado ali só faz isso porque não leva multa mesmo”). Outras pequenas infrações também irritam os motoristas, seja por inveja, por uma falsa sensação de invasão de espaço pessoal ou pela sensação de injustiça (”pô, aquilo é proibido mas só porque ele tá de bicicleta ele pode fazer e eu não?”). Seja um modelo a ser espelhado e não um alvo da raiva e frustração alheia.


fonte: blig.ig

domingo, 4 de dezembro de 2011

Dicas de Segurança no Trânsito 2012:


É importante relembramos alguns conceitos básicos de segurança. O ciclista, em caso de acidente, é sempre o maior prejudicado:
fonte: vadebike 



Se você acha que essa coisa de bicicleta não é para você e quer continuar andando de carro, tudo bem, continuo sendo seu amigo. Apenas peço que continue sendo meu amigo também: na próxima vez que me vir de bicicleta, ultrapasse a uma distância segura e dê uma buzinadinha simpática, que eu retribuo o cumprimento. :)
Mas se você experimentar trocar o carro pela bicicleta, um dia que seja, vai chegar no seu destino mais disposto e feliz. A endorfina liberada pelo exercício físico vai te fazer ter um dia melhor no trabalho. Só por não ter se estressado em esperar aquele sinal que abriu e fechou três vezes, você já vai sentir uma diferença enorme. Vai queimar aquelas gordurinhas que insistem em continuar ali, por mais que você reze para São Regime. Vai melhorar sua capacidade respiratória e correr menor risco de infarto.Vai economizar combustível e provavelmente até chegar mais rápido.
Se você está pelo menos pensando na hipótese de usar a bicicleta, ou se já a utiliza mas fica preocupado, escrevi uma série de artigos para mostrar que usar a bicicleta nas ruas pode ser seguro e agradável, mesmo nas grandes cidades. Neste artigo, há recomendações sobre como se portar no trânsito. Eu sei que você já é crescido e sabe atravessar a rua, não é isso: eu quero te ajudar a não correr riscos desnecessários e a desfazer a idéia de que pedalar junto com os carros é coisa de maluco. É viável, desde que você tome alguns cuidados.
Iluminação: Nem sempre lembradas como item de segurança, as luzes da bicicleta têm papel essencial. Afinal, é muito mais importante evitar uma situação de risco do que se preparar para sobreviver a ela. Para poderem ter tempo de reação e desviar de você com segurança, os motoristas precisam vê-lo. E, à noite, o ciclista se torna ainda mais invisível. Os refletivos, que a lei obriga a virem com as bicicletas, são de pouca ajuda. Use luz branca na frente e vermelha atrás, para os motoristas saberem rapidamente se você está indo ou vindo. E sempre piscante, pois a intensidade luminosa das lanternas de bicicleta não é suficiente para se destacar com segurança quando acesa de modo ininterrupto. A luz piscante atrai muito mais a atenção do motorista.
Capacete: A condução segura da bicicleta tem um potencial de protegê-lo muito maior que o uso do capacete, principalmente se você não vai fazer do seu uso da bicicleta uma atividade de risco. Mas, especialmente para quem está começando, seu uso é recomendável, pois você ainda não terá o equilíbrio e a habilidade como fatores naturais, aumentando suas chances de cair. Claro que um capacete diminui a chance de traumatismo craniano, assim como uma joelheira diminuiria a chance de machucar os joelhos, mas tenha em mente que ele não lhe protegerá dos carros, apenas de você mesmo. Pedale devagar e não precisará colocá-lo à prova.

Luvas: Não são imprescindíveis mas convém usar, por dois motivos. O primeiro é que a pele pode ficar irritada pelo apoio contínuo na manopla; o outro é que, se você cair, tentará parar a queda com a mão, esfolando toda a palma se estiver sem a luva. E no frio, as luvas fechadas tornam-se importantes para suas mãos não enrijecerem com o vento gelado, o que pode até atrapalhar na hora de frear.

Ande sempre pela direita e na mão dos carros. Em alguns casos pode ser melhor usar a esquerda quando a via é de mão única, mas são raras exceções. Usar a faixa da direita é mais seguro, por ser a área destinada aos veículos com menor velocidade – como a bicicleta. Quanto à contramão, há várias razões para usar a mão correta e todas elas visam sua segurança. São tantos motivos que escrevi um artigo exclusivo para esse assunto, mas cito aqui os principais.

Um pedestre que vai atravessar a rua só olha para o lado de onde os carros vêm. Um carro que vai entrar em uma rua, também. Ele não espera encontrar uma bicicleta vindo na contra-mão. Um carro fazendo uma curva à direita também não espera uma bicicleta vindo na direção contrária, ainda mais no lado de dentro da curva. Um motorista que estacionou e vai abrir a porta, olhará só no retrovisor para ver se pode abri-la, não tem motivos para olhar para a frente. Um carro saindo de uma garagem ou de uma vaga de estacionamento, idem.
Além disso, a velocidade em que você se aproxima de um carro é muito maior se você estiver na contramão, por ser a soma das velocidades dos dois veículos. Se você estiver a 20km/h e o carro a 40, você estará se aproximando dele a uma velocidade relativa de 60km/h. O carro vai ter bem menos tempo pra reagir à sua presença e desviar de você, fora o fato de que uma colisão nessa velocidade faz um bom estrago. Se nesse mesmo exemplo você estiver no mesmo sentido do carro, a velocidade relativa entre ambos será de apenas 20km/h: o motorista terá mais tempo para desviar e a chance de colisão diminui muito. E, numa possível colisão, o estrago será menor. Claro que eu espero que ninguém descubra isso na prática, por isso é melhor confiar na matemática!
Cuidado com as portas dos carros parados. Muitos motoristas olham no retrovisor procurando o volume grande de um carro antes de abrir a porta e acabam não vendo a magrela chegando, principalmente à noite (outro ponto a favor da iluminação piscante). Ou o motorista olha em um ângulo que faz a bicicleta ficar em um ponto cego, ou é distraído mesmo! Tem até quem abra a porta toda de uma vez, empurrando com o pé. Por isso, fique a uma distância que seja suficiente para nenhum distraído te derrubar. Mantenha pelo menos um metro dos carros parados, tentando imaginar até onde iria uma porta aberta. De preferência, ocupe a faixa seguinte. Preste atenção se há pessoas dentro deles, se o carro acabou de estacionar, se está com as lanternas acesas. E se o motorista começar a abrir a porta, toque a trim-trimou grite “portaaa!”, geralmente ele percebe e a puxa de volta.

Não trafegue muito na direita, em cima da sarjeta, senão os carros vão tentar passar na mesma faixa em que você está, mesmo que não haja espaço. Você pode desequilibrar e cair só com o susto, sem falar no perigo de um esbarrão. O código de trânsito obriga os motoristas a passarem a 1,5m de você, mas não sabem disso porque não é ensinado na auto-escola (entenda aqui a importância e o motivo do 1,5m). Ande mais ou menos na linha de um terço da pista, assim não fica tão antipático quanto ocupar a pista toda , você tem espaço para desviar de buracos sem ter que ir mais para a esquerda e, principalmente, os carros vão ter que esperar até ter espaço suficiente para te ultrapassar pela outra faixa, sem te colocar em risco. E mesmo que te fechem, você ainda terá um respiro para fugir para a direita sem ter que se jogar na calçada. Saiba por que muitos ciclistas ocupam toda a faixa e entenda por que (e como) fazê-lo.

Mas seja compreensivo com os motoristas: quando você passar por um trecho considerável onde não houver carros parados, use a área de estacionamento para desafogar a fila de carros atrás de você. Assim aquele motorista que está atrás de você há alguns minutos sem conseguir te passar vai embora antes de ficar nervoso. Apesar de você estar no seu direito, muitos motoristas não vêem dessa forma e se irritam com sua presença, esquecendo que a rua é de todos e não apenas dos carros. Apenas tome muito cuidado ao retornar à faixa de rolamento: sinalize, aguarde um momento seguro e entre.
Sempre sinalize o que vai fazer, com sinais de mão. Peça passagem, dê passagem, sinalize que o motorista pode passar quando você parar para esperar ele, avise quando você for precisar entrar na sua frente por causa de um carro parado e espere para ver se ele vai parar mesmo. Agradeça se ele parar ou te der passagem. Respeite e será respeitado.

Sinalize com a mão esquerda em 90º quando for virar à esquerda e com a mão direita quando for virar à direita. Quando for continuar em frente em um local onde muitos carros viram à direita, sinalize com a mão em 45º, como a Renata Falzoni faz nessa foto. E sempre veja se o motorista vai mesmo te esperar.
Um ciclista educado é melhor recebido nas ruas. Motoristas são bem suscetíveis a abordagens educadas. Quantas vezes já não vimos um motorista, que está se posicionando para não deixar outro entrar na sua frente, ceder a vez quando o primeiro faz um simples sinal com a mão? Pois esse sinalzinho de mão, acompanhado de um sorriso e seguido de um sinal de agradecimento, faz milagres. Muitos motoristas que estiverem te vendo como “um folgado ocupando a rua” vão pensar “pô, pelo menos o cara é educado”. Já é alguma coisa e pode ser a diferença entre uma situação de risco ou não. E esses passarão a tratar melhor o próximo ciclista que virem. Ou seja, com boas maneiras no trânsito você acaba ajudando a todos nós. Obrigado! :)
Evite as grandes avenidas. Vias expressas, ou avenidas com muito fluxo e pouco espaço, nem pensar. Avenidas com várias pistas costumam ser viáveis, mas é sempre bom optar por ruas que sigam em paralelo, principalmente quando você estiver começando a se aventurar no trânsito. E em horários de pico pode ficar mais difícil trafegar nas avenidas. Há pouco espaço sobrando, obrigando o ciclista a usar o corredor, mas os motociclistas são impacientes. E quando o trânsito anda 100 metros, os motoristas querem recuperar todo o atraso em poucos segundos, buzinando e acelerando atrás do ciclista como se fosse ele o responsável pelo congestionamento.

Procure ruas menores, que os carros evitam por precisar parar a cada esquina, por terem lombadas, valetas ou muitos semáforos. O que é ruim para os carros costuma ser bom para as bicicletas. A escolha da rota é um item importante de segurança. Não pense no trajeto como se estivesse de carro e, se não souber que caminho fazer, procure aBicicletada de sua cidade e peça algumas dicas, ou peça a ajuda de um Bike Anjo.
Como regra, se você estiver com medo de pedalar em certa avenida, melhor não fazê-lo, mesmo porque se você estiver muito inseguro pode cometer algum erro bobo ou até perder o equilíbrio devido à tensão. Avenidas onde o fluxo de carros segue a uma velocidade alta mesmo na pista da direita são desaconselháveis, fuja de lugares assim. Ruas menores são mais seguras e muito mais agradáveis, mesmo que com isso o percurso aumente um pouco.
Calçada é para pedestres. Se precisar passar pela calçada ou atravessar na faixa de pedestres, o código de trânsito manda desmontar da bicicleta, como os motociclistas (conscientes) fazem (art.68, §1º). E essa lei não é apenas uma regra arbitrária feita por quem nunca andou de bicicleta, há motivos suficientes para não usar a calçada. Os pedestres que estão de costas para você podem dar um passo para o lado sem te ver chegando. Um carro pode sair de dentro de uma garagem de prédio e te acertar em cheio, ou aparecer na sua frente de um modo que você não consiga desviar – e o errado (e machucado) vai ser você…

Idosos morrem de medo de bicicleta na calçada, por terem um compreensível medo de se machucar, principalmente aqueles que estão em uma idade em que um osso quebrado pode ser impossível de ser consertado. Se você passar com a bicicleta na calçada perto deles, vão reclamar e com toda razão. Comparativamente, é o mesmo que um caminhão vir na sua direção e desviar na última hora: eles podem cair só com o susto de ver a bicicleta chegando.
Quer mais um bom motivo para não andar na calçada? Uma criança pode aparecer correndo de dentro de alguma casa. Já pensou ter na consciência o atropelamento de uma criança de três anos? Péssimo, né? Melhor não correr esse risco. Fique sempre na rua. Se precisar passar pela calçada, desmonte e vire pedestre.
Não fure o sinal. Não passe sinal vermelho com a bike, pois pode aparecer um carro em alta velocidade na transversal e você não conseguir fugir a tempo. Ou pode aparecer um pedestre atravessando a rua correndo, olhando só para o lado de onde ele espera vir o perigo.
A pista dos ônibus costuma ser perigosa. Em faixas exclusivas para ônibus, alguns motoristas não têm a menor paciência com ciclistas, porque precisam sair da pista exclusiva para ultapassá-los e os motoristas dos carros não deixam. Se o trânsito estiver pesado e o fluxo estiver lento-quase-parado, é melhor tentar trafegar pela pista da esquerda (desde que seja uma via de mão única, claro). O código de trânsito dá respaldo a essa atitude (art. 58). Ou tente usar a segunda pista (a primeira após a faixa de ônibus). O melhor mesmo é evitar avenidas onde há corredor de ônibus na direita.
Em esquinas onde muitos carros viram à direita, tome cuidado adicional. De vez em quando, um carro que está na segunda pista vira rápido numa rua à direita, porque lembrou disso na última hora ou porque não deixaram ele mudar de pista antes. Quando calcula rapidamente se vai dar tempo, o motorista só analisa os carros que estão vindo e pressupõe que a bicicleta é muito lenta. Às vezes o motorista da primeira pista mesmo, que está do seu lado, pensa isso e corta sua frente. Por isso, quando vir que muita gente vira em algum lugar à direita, sinalize com a mão que você vai seguir reto, ou peça passagem com a mão.
Sempre se adiante ao que os carros podem fazer. Olhe para trás (ou no retrovisor) para ver se não está vem vindo algum maluco, voando para entrar na rua que está cinco metros à sua frente. Veja se o trânsito está parando em uma única faixa, o que faz os motoristas saírem irritados dela sem prestar muita atenção a quem vem vindo. Fique atento ao posicionamento e trajetória dos veículos ao seu redor, usando tanto a visão quanto a audição.
Permita que os carros antecipem o que você vai fazer. Não fique fazendo zigue-zague, não entre sem olhar numa avenida e não mude de pista sem sinalizar, mesmo que o motorista mais próximo esteja lá atrás. Do mesmo modo que ele pode calcular mal sua trajetória e achar que vai dar tempo de passar na sua frente, você pode se enganar ao achar que vai dar tempo de mudar de pista antes dele chegar. Sinalizando, o motorista prevê o que você vai fazer e diminui a velocidade. Veja, seja visto e comunique-se no trânsito.