quarta-feira, 30 de maio de 2012

Liberte-se da dependência


Amplie sua visão sobre o mundo

Recentemente, na lista de e-mails da Bicicletada de São Paulo, o Roberto Bencz disponibilizou essa imagem intitulada “vision”, mostrando de maneira bem simples a diferença de um ciclista:
A arte está inacabada e, segundo o próprio Bencz, “é um rascunho bravo, rústico, bruto e sistemático, indômito. Joguei no grupo para ver se alguém mais talentoso que eu termina ou tem idéia melhor”. Então fica a dica para os artistas que nos lêem. O arquivo original está disponível aqui.

São poucas e cada dia menos, mas ainda existem praças em SP! Foto: Aline Cavalcante
Inspiração
A inspiração para o desenho veio a partir de um relato de descoberta de detalhes do próprio bairro, algo bem comum para nós, ciclistas e pedestres, mas inédito e surpreendente quando falamos de pessoas acostumadas ao carro.
“Minha professora de inglês me contou a história de um conhecido que só andava de carro. Um dia o carro quebrou e ele teve que ir a pé até a padaria (a uma quadra). Na volta da aventura, relatou ter visto uma árvore florida que nunca tinha visto por conta da visão limitada que tem de dentro do carro.”
Apesar do tom de brincadeira do desenho, ele nos revela um fato triste e preocupante. Muita gente não percebe, mas o hábito de fazer tudo de carro – e não conseguir nem cogitar a possibilidade de ficar um dia sem dirigir – limita a percepção de espaço, tempo e tira a sensibilidade das pessoas de notar pequenas mudanças ao seu redor.
E não só as pequenas, mas mudanças estruturais da nossa cidade tais como, árvores a menos, buracos a mais, uma praça que virou estacionamento, uma calçada que deu lugar a pista de rolamento, um terreno que virou lixão, etc.

Em Pinheiros, uma área verde virou prédio comercial, a calçada sumiu e a rua, que era tranquila, já não é mais.
Quando dizemos que a bicicleta é capaz de devolver a cidadania aos cidadãos é exatamente nesse sentido, de reaproximar as pessoas sobre as realidades delas mesmas. Afinal o que é uma cidade senão um ambiente coletivo no qual (con)vivemos e influenciamos diariamente?
Perceber as belezas de um lugar é muito mais fácil quando reduzimos a velocidade e ampliamos nossa visão de mundo. São Paulo é caótica e tem zilhões de problemas, mas isolar-se num carro, condomínio fechado ou em si mesmo não irá resolvê-los. E se nossos representantes têm outros interesses que não o bem estar coletivo, nós, cidadãos, temos o dever de saber o porquê e, principalmente, cobrar por isso.
fonte: vadebike.org

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