segunda-feira, 24 de junho de 2013

Certificação do INMETRO para componentes para bicicletas




Certificação compulsória poderá melhorar qualidade das bikes nos país, mas também elevará os preços

 
Por Pedro Sibahi


A partir do dia 17 de junho de 2014, nove categorias de componente para bicicletas deverão estar certificadas em conformidade com as normas do Inmetro para continuarem a venda no Brasil. A novidade veio com a portaria 656, emitida pelo órgão em dezembro de 2012, e deve causar mudanças no mercado. Espera-se que a chamada certificação compulsória eleve a qualidade dos produtos no país, mas o preço destas peças deve subir em um primeiro momento.

Entre os itens que entram nesse pacote, está o conjunto de quadro e garfo, cordoalha (cabo de aço utilizado no sistema de freio e câmbio), conjunto de freio, pedal e pedivela, guidão e mesa, câmaras de ar, aro, raio e niple (peça que prende o raio no aro).

Todos os entrevistados pelo Webventure se mostraram favoráveis à certificação, mas eles apresentaram diversos pontos negativos e positivos em relação à nova regulamentação.


Prós. Entre os principais benefícios esperados com essa medida, está o nivelamento do mercado por um nível mais alto de qualidade nos produtos. Segundo o diretor da Proshock, César Tonolli, “acreditamos que, de uma maneira geral, o mercado de bicicleta como um todo vai ser privilegiado por essa questão. A tendência é que se tenha mais segurança, com uma concorrência mais bem alinhada”. 

Para ele, o número de problemas relacionados às peças de bicicletas diminuirá com a nova certificação. “Hoje temos diversos casos de acidentes que acontecem com produtos de má qualidade no nosso seguimento, que são vendidos a preços muito baixos, principalmente de origem asiática”, explica.

O gerente de importação da distribuidora Julio Andó, Márcio Yasumitsu, concorda com os benefícios da certificação e padronização para os componentes das bikes. “Hoje nós não temos certificação para a maioria dos itens, mas como a bicicleta é um meio de transporte, deveria ter essa regra há muito tempo, por segurança”, avalia.

Segundo o responsável pelo grupo de trabalho sobre certificação da Aliança Bike, Daniel Bender, que agrega diversos fabricantes do setor, a entidade “espera que, com a certificação compulsória, o comércio e a importação ilegal de peças e acessórios sejam inibidos pelos órgãos competentes, fazendo valer as empresas honestas que serão obrigadas a certificar, que pagam os impostos e geram empregos”.


Contras. Apesar da garantia de qualidade, o consumidor terá que arcar com os custos da nova certificação, ao menos em um primeiro momento. “Os itens que já são considerados top de linha possivelmente terão os preços encarecidos em curto prazo”, explica Tonolli, da Proshock. “Não tem como averiguar agora, mas tem um custo para certificar o produto: precisa de ensaio de laboratório, um OCP, que é um órgão intermediário entre o Inmetro e o laboratório, e tudo isso, evidentemente, gera um custo”, acrescentou. 

Para o responsável pela certificação da Aliança Bike “vale lembrar que o Brasil não tem indústria para o mercado high end (alta performance) de componentes de bicicleta. Como os melhores fornecedores desses produtos estão em Taiwan/China, a importação é a única maneira de se ter o produto à disposição do consumidor brasileiro. Muitos desses produtos serão inviabilizados pela certificação”. 

Ele também acha que a certificação poderá acabar com pequenas empresas que hoje trabalham em segmentos especializados e menores. “Nosso mercado é altamente pulverizado e aqui o que vale é a escala e não a origem do produto”, completa.


fonte: webdventure

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